O Governo do Tocantins, por meio do Instituto Natureza do Tocantins, realizou nesse sábado, 26, na Comunidade Quilombola Mumbuca, o encerramento das ações fiscalizatórias daOperação Capim-Dourado. A iniciativa, que se estendeu por cerca de três meses, teve como objetivo proteger a colheita do capim-dourado, assegurando sua sustentabilidade e a preservação dessa matéria prima. As ações também combateram o tráfico da espécie vegetal e preveniram incêndios florestais na região.
Ao longo da operação, o Naturatins, em parceria com a Polícia Militar, fiscais ambientais, guardas-parques, brigadistas e membros das comunidades locais, intensificou a fiscalização no Jalapão. Equipes terrestres e o uso de drones com câmeras termais, com raio de alcance de até 10 km, foram fundamentais para o monitoramento e prevenção de incêndios nos campos de capim-dourado.
O presidente do Naturatins, coronel Edvan de Jesus Silva, ressaltou o êxito da operação, que garantiu uma colheita satisfatória e sem registros de incêndios nos campos. “Nossa equipe esteve presente na região desde o início de agosto, atuando para prevenir incêndios nos campos de capim-dourado. Estamos todos muito satisfeitos, tanto as instituições envolvidas quanto a comunidade. Os artesãos e extrativistas puderam colher a matéria-prima, garantindo a sustentabilidade desse recurso natural tão importante. Encerramos as atividades com grande alegria, sem nenhum incidente. Isso evidencia a importância do trabalho integrado entre os órgãos competentes e as comunidades na proteção do meio ambiente e na preservação dessa atividade tradicional. Agradeço a todos os parceiros e à comunidade Mumbuca pelo sucesso dessa operação”, celebrou o presidente.
O fiscal ambiental do Naturatins, Erivaldo Martins, destacou o resultado positivo da operação evidenciando a importância da presença contínua das equipes em campo para garantir a proteção da matéria-prima na região do Jalapão. “No ano passado, tivemos queimadas em alguns campos de capim-dourado, o que impactou negativamente a colheita. Este ano, com várias equipes de fiscalização atuando em revezamento, conseguimos evitar novas ocorrências. As comunidades realizaram a coleta de maneira sustentável, além de preservar parte do capim nos campos, garantindo sua base econômica para o ano inteiro”, frisou.
Satisfeita com o resultado da operação, a presidente da Associação de Artesãos e Extrativistas da Comunidade Quilombola Mumbuca Silvanete Tavares, expressou sua gratidão pelo apoio recebido. “Este ano foi maravilhoso para nossa comunidade. Com a fiscalização do Naturatins e de todos os parceiros, tivemos uma colheita satisfatória. Fiquei muito feliz em ver todas as artesãs voltando do campo com seu capim-dourado para trabalhar durante o ano. A parceria do Governo do Tocantins, por meio do órgão ambiental e todos os envolvidos foi essencial para esse resultado positivo”, destacou.
Orientações e conscientização
O evento também marcou o encerramento de um ciclo de orientações a mais de 200 artesãos e extrativistas associados, reforçando a importância do cumprimento da legislação. As atividades de orientações, iniciadas em junho, abordaram o manejo, coleta e transporte do capim-dourado, conforme estabelecido pela lei nº 3.594/2019 e a Instrução Normativa/Naturatins nº 03/2023. As ações envolveram associações de municípios como Dianópolis, Almas, Ponte Alta, Santa Tereza e Tocantínia, incluindo aldeias Xerente. Além das comunidades, os agentes envolvidos na fiscalização do capim-dourado, também receberam orientações, incluindo o dos Correios, da Polícia Militar do Tocantins (PMTO), do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), do Batalhão de Polícia Militar Rodoviário e Divisas (BPMRED), do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) e da Agência Tocantinense de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (ATR).
A gerente de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico do Naturatins, Sâmyla Valadares, ressaltou a relevância da iniciativa para garantir a preservação da matéria-prima e o fortalecimento das comunidades que dependem dela para sua subsistência. “Estamos celebrando o sucesso das ações de orientação e fiscalização. Foi um ano intenso, e o resultado foi a ausência de incêndios nos campos de capim-dourado. Isso permitiu que a comunidade realizasse uma colheita abundante e de acordo com a legislação, promovendo a sustentabilidade da atividade e assegurando o futuro dessa importante cadeia produtiva”, frisou.
Doação de capim-dourado e entrega de licenças
Durante o evento, o Naturatins realizou a doação de 110 quilos de capim-dourado apreendidos para artesãos e extrativistas da Comunidade Quilombola Mumbuca que, devido a questões de saúde ou limitações físicas relacionadas à idade, não puderam participar da colheita. Uma das beneficiadas, Dona Noemi Ribeiro, carinhosamente chamada de Doutora, expressou sua gratidão pela iniciativa. “Fiquei muito feliz com esse gesto. É um cuidado que demonstra o quanto o Naturatins se preocupa com o bem-estar da nossa comunidade e com a continuidade do nosso trabalho”, ressaltou.
Além da doação, artesãos e extrativistas da Comunidade Carrapato receberam 72 licenças para coleta, manejo e transporte do capim-dourado, permitindo que a produção local continue dentro das normas ambientais, assegurando a preservação dos recursos naturais.
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