O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO), recebeu pela primeira vez a medicação Emicizumabe, incorporada recentemente ao Sistema Único de Saúde (SUS), que previne sangramentos e reduz a frequência de hemorragia em adultos e crianças com hemofilia A. Nesta quinta-feira, 12, a primeira aplicação da medicação ocorreu no Ambulatório de Hematologia de Palmas, localizado no anexo do Hemocentro no Hospital Geral de Palmas (HGP), em um paciente de um ano e dois meses, que faz acompanhamento na Hemorrede Tocantins, desde os sete meses.
A hemofilia é um distúrbio genético que impede a coagulação do sangue. Em algumas pessoas, a deficiência pode ser na proteína do fator de coagulação VIII ou IX. A ausência das proteínas é identificada como hemofilia A ou B, respectivamente. O tratamento das hemofilias consiste principalmente na reposição do fator deficiente, por meio dos concentrados de fator de origem plasmática ou recombinante1.
A enfermeira do ambulatório de Hematologia do HGP, Flavia Denise Dias Queiroz Vieira, explicou os benefícios da Emicizumabe, proporcionando uma melhor qualidade de vida. “Ele é uma medicação utilizada para profilaxia de rotina, administrada via subcutânea a fim de reduzir a frequência de episódios de sangramento em adultos e crianças com hemofilia A, melhorando a qualidade de vida do paciente. No caso desse paciente, as primeiras aplicações serão realizadas aqui no ambulatório e, após um processo de treinamento com a família e os cuidadores, eles que vão administrar a medicação em casa”, afirmou.
O gerente do ambulatório de hematologia, José Divino Dias Correia, explicou que nem todos os pacientes com Hemofilia A, que fazem tratamento no Tocantins, estão aptos a receber esse medicamento. “Para receber essa medicação, o paciente precisa atender alguns critérios e protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde. Atualmente, temos mais um paciente que está no processo de avaliação do ministério para ser contemplado com esse medicamento”, informou.
Kauane Silva Pereira, mãe do paciente atendido, relatou sobre o tratamento do filho. “Nós recebemos o diagnóstico após vários episódios de hematomas pelo corpo e internações. Fomos encaminhados para o tratamento que iniciou com o fator VIII, mas ele acabou desenvolvendo o inibidor desse fator, que deixou o caso dele mais grave. Nesse mesmo período, tivemos que tirar o cateter dele que estava causando infecção e, graças a Deus, essa medicação chegou na hora certa. Somos muito gratos por todo o tratamento que meu filho recebe aqui e por ele poder receber esse medicamento que vai salvar a vida dele”, declarou.
Medicamento
O Emicizumabe é um anticorpo bioespecífico, tipo imunoglobulina, com estrutura que se liga ao fator IX ativado e ao fator X, restaurando a função deficiente do fator VIII ativado, necessária para a hemostasia (fisiologia normal da regulação do sangue). É indicado apenas para a profilaxia de sangramentos e não para tratamento das hemorragias ocorridas ou em curso. O medicamento é fornecido em quatro apresentações com diferentes concentrações e tem administração subcutânea.
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